Cor de rosa
Está a cair uma chuva cor de rosa.
Juro que é assim:
os baguinhos lassos,
primeiro miúdos
depois bagos grossos
na luz do sol escondido,
o sol ainda dormindo,
o céu um gosto de rosado.
Cai uma chuvinha quase, quase de agosto.
Bagos pequeninos.
Um ruido de nada por aí tamborilando,
cada bago,
os bagos, uns a seguir aos outros.
Chuvinha de setembro,
chuvinha a seguir ao vento de sueste.
Gostosa esta chuva a marcar diferenças,
a dizer, mansinha, delicada:
olha que o verão acaba,
cuida de arrecadar para o inverno,
cuida de ver se a capa não estará rota,
se a manta não precisa de ser limpa
e a bota ensebada.
E o cachecol...
ai o cachecol... vê lá se o encontras.
Uma chuva cor de rosa,
juro!
Rosadinha de ser o dia no início.
5 comentários:
Só você para me aparecer com uma chuva rosadinha! Que imagem linda para se obstruir na mente! Lindo poema. Suave, quase nostálgico.
*obstruir = construir!
Tão lindinho:)
Beijos
Da cor da rosa é a própria rosa!
O milagre renovado da rainha Isabel?
é a chuva do Tó-zé Seguro
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