quinta-feira, abril 13, 2006

não grites

imaculada dor que acalentas
dor de berço
dor de mama
dor de amor dessedentado
ela enrolou-te na manta
colocou-te ao lado
mamavas
ela cosia
parada no meio da sala vazia
parada no espelho gasto
ajustava sobre
o vestido poído outro vestido
dormias
ronronavas
ela nem ouvia
agora dói-te
agora nada te alivia
dor de mama mal dada
leite escorrido
coalho
a falta do sorriso
olha o que ficou
cala-te
contem-te
não grites
foda-se caralho

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