terça-feira, julho 10, 2007

pedra no sapato


Pedras e sapatos não se integram, não casam
Pior se botas ou se a pedra for uma pedrinha
Amargam-se, picam-se, corroem-se

Sapatos, botas e outro calçado calcam
Pedregulhos
granitos e basaltos
Terra fina
areias, saibros, terras de semear revolvidas de arado

Botas e pedras e sapatos só dão de se entender se separados

Os pés descalços agradecem uma areia fina
Um pó de conchas bem moído de mistura com
Poeira de uma ou outra estrelinha

Descalço de sapato ou bota, chinelo ou sandália
O pé desliza sobre seixos e outras pedras lisas
Sob as águas transparentes de ribeiros

Corre nu o pé na relva
E se alcançar o ensejo
Se lhe der o desejo
Encontra o jeito
E sobre o pasto seco ensaia uma corrida

Mas
Botas e pedras e sapatos só dão de se entender se separados

3 comentários:

Anónimo disse...

Essa é que é essa!

Kalinka disse...

Olá Seilá
Hoje descobri-te...e, que bom que foi. Também és de África? assim me pareceu ao ler-te por aí...

A noite
caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrabalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
E sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! Se o espectáculo findou
Deixa-nos também dormir.
E...
ASSIM RELEMBREI FERNANDO NAMORA.

Beijitos.

éf disse...

amanhã, às 18h00