Soubera ela o quanto
Desmedidos
Tantos
Pássaros
Galináceos, pombos
Aquele pinto manco
Perus, patos gigantes
Cisnes
Bois de olhos mansos
Veados, cabras, porcos
Leões nem tanto
Uma avestruz por detrás de grades
Hienas, cobras, sapos
E um papagaio falante
Soubera ela o quanto
Desmesurados
Muitos
Rios e mares
Peixes alados a morrer voados
Frutos multicores
Serras grandes
Praias ressequidas, quentes
Som de algum batuque
Zunzunam as palmeiras
De muito longe em longe
Soubera ela o quanto
Soubera ela aonde
Palmilhados de terra sem vista de horizonte
Areais lisos mais brancos do que o branco
Mares e rios e lagos e a água das chuvas
Verdes, transparentes, castanhos
Um corrupio de gente pela foz dos rios
Peixes de olhos moles sem redes nem anzóis
O mar revolto
O vento a soprar norte
Um dia de vermelho até muito aonde
Até muito para além do horizonte
Soubera ela o quanto
Soubera ela quando
segunda-feira, abril 07, 2008
soubera ela
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2 comentários:
Bonito poema acabei de ler.
"Soubera ela o quanto
Soubera ela quando"
Tanta incerteza, tanta dúvida nestas duas estrofes...
GOSTEI!
Um beijo grande.
deixa o mar: cavalgas o ar...
sim, sei. sei olhar o voar
:)
c
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