eu também padeci dessa doença.
também chamei médicos a desoras.
também tomei os chás de vários pregadores.
andei de feira em feira à cata de bruxos.
dei as minhas mãos em várias leituras .
também me leram cartas .
Os magos me fartaram.
e no entanto nunca fiquei curada.
não curada deles
seus remédios e cartas. Foi há tempos longos.
eu nem sei se me era
tanto andar andou.
Hoje
nem doença, nem nada.
curei-me.
sabes como?!
curei-me de cansada.
2 comentários:
Hoje
nem doença, nem nada.
curei-me.
sabes como?!
curei-me de cansada.
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mcorreia,
eventualmente retorno à vida que suspendi por tédio, por destempo em rés-migalha. quando se catam minutos e se colam a um mostrador, rodam ponteiros no sentido dos ponteiros mas nunca - nunca!, mcorreia - no sentido do amor. a dor aprende-se de cor, ajeita-se ao seio e suga, suga o vazio, no tique ganho que gasta até mesmo o que não há. diverte-se aquele para quem as horas são um jogo de movimento, brincadeira entre ponteiros que se encontram uma vez por hora. o maior tapa o pequeno e lemos hora-e-minutos mesmo quando o braço grande é o que tapa o da hora...
diz-me agora, mcorreia, como farão eles ideia que nunca pára o agora?
esse 'curei-me de cansada' chega a doer.
vim no rastro da MJM. voltarei, decerto,
Márcia
tábua de marés e mudança de ventos.
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