quinta-feira, dezembro 08, 2011

futurando

Arrastem-se
pelos soalhos.
Deixem escorrer urinas
no chão de igrejas e ministérios
Sovem mantas esburacadas
nos espaços
não mais que lama e buracos.
Sorvam a água que ainda há nas arcas
e comam percevejos em calda de tomate.
Cegos das luzes de morteiros e outras armas,
mascarem-se
de vilões, ou de anjos
nunca de gente.
E movam-se
rente ao que haja de paredes.
Vão tentar viver nos restos do planeta.

3 comentários:

Anónimo disse...

Um futuro desgostoso... Um poema assombroso.
Mena

francisco disse...

percevejos em calda de tomate? com picante?

Pearl disse...

Consegui visualizar o caos...


beijos