segunda-feira, julho 13, 2009

se um dia...

Se um dia me sentar
Num tamborete
Numa almofada
Num tapete
O corpo sobre a terra quente
Vermelha
Sem telha que me cubra
Nada mais que a lua
Enorme
Uma lua fugindo para sul
E eu
A dormir um sono
Na terra ainda quente do sol-posto
A lua derramando odores
E eu
Enrolada em tecidos cor da fruta
Doce
Sumo a escorrer-me pelos braços
Peganhento
A deslizar-me pelos seios
Pelo ventre

Se eu um dia me sentar
Como descrevo
Posso deixar-me ir
E deixar dito que
Morri no paraíso

8 comentários:

wind disse...

Que maravilha:)
Poesia dentro da poesia:)
Isto é África:)
Beijos

Gabriela Rocha Martins disse...

é bom deixar os olhos presos a estes versos
o
u
uma forma maior de "respirar" o poema



.
um beijo

nydia bonetti disse...

simplesmente... l i n d o!

Cris disse...

Que bonito,sentir o paraíso possível.

Grande abraço.

Unknown disse...

Estive por aqui me informando nos seus escritos!! Abraços Ademar!

Maria Clarinda disse...

Bem lindo Fátima. Jhs

Renata de Aragão Lopes disse...

Sombrio e lindo...
Um abraço,
doce de lira

well souza disse...

Parabéns por se deixar existir assim, poeta. Parabéns e obrigado.
A imagem da mulher sentando e derrendo se constroí no leitor.
Ótimo sítio, como dizem por ai! risos