Se um dia me sentar
Num tamborete
Numa almofada
Num tapete
O corpo sobre a terra quente
Vermelha
Sem telha que me cubra
Nada mais que a lua
Enorme
Uma lua fugindo para sul
E eu
A dormir um sono
Na terra ainda quente do sol-posto
A lua derramando odores
E eu
Enrolada em tecidos cor da fruta
Doce
Sumo a escorrer-me pelos braços
Peganhento
A deslizar-me pelos seios
Pelo ventre
Se eu um dia me sentar
Como descrevo
Posso deixar-me ir
E deixar dito que
Morri no paraíso
8 comentários:
Que maravilha:)
Poesia dentro da poesia:)
Isto é África:)
Beijos
é bom deixar os olhos presos a estes versos
o
u
uma forma maior de "respirar" o poema
.
um beijo
simplesmente... l i n d o!
Que bonito,sentir o paraíso possível.
Grande abraço.
Estive por aqui me informando nos seus escritos!! Abraços Ademar!
Bem lindo Fátima. Jhs
Sombrio e lindo...
Um abraço,
doce de lira
Parabéns por se deixar existir assim, poeta. Parabéns e obrigado.
A imagem da mulher sentando e derrendo se constroí no leitor.
Ótimo sítio, como dizem por ai! risos
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